
Caixa de madeira, 40 sachês de chá de marcella-do-campo, pote de vidro com flores secas de marcella e esculturas-travesseiros com tingimento natural e preenchimento de marcella para uso comunitário.


Registros da ação durante a individual Paisagens bioindicadoras, Largo das Artes, RJ, 2024.



Registros da ação durante a abertura da exposição Afeiçoar-se no Centro Cultural Correios -RJ, 2024.
Fotografia: Paulo Pereira
Nesta ação artística disponibilizo a erva marcella (achyrocline satureioides) para uso comunitário sendo servida como chá e bolo ampliando a noção de autorretrato botânico para incluir não apenas a minha representação visual, mas também como uma experiência compartilhada, na qual todos os participantes podem se envolver e desfrutar plenamente.



Chá de marcela-do-campo. Outubro, 2020.
Achyrocline satureioides
marcela-do-campo, marcela, macela, macela-amarela, macela-da-terra, macela-do-campo, macela-do-sertão, macelinha, camomila-nacional, etc.
Usos: cresce espontaneamente em pastagens e beiras de estradas, sendo considerada pelos agricultores como "planta daninha". Suas inflorescências secas são utilizadas em muitas regiões para o preenchimento de travesseiros e acolchoados. É na medicina caseira, entretanto, onde seu uso é maior, tanto no Brasil como em outros países da America do Sul. O chá de suas flores, folhas e ramos secos, na proporção de 5 gramas por litro de água fervente, é usado no Brasil no tratamento de problemas gástricos, epilepsia e cólicas de origem nervosa. Também é empregado como anti-inflamatório, antiespasmódico e analgésico, para diarreia e disenteria, como sedativo e emenagogo. Contra diarreias, disenterias e como digestivo (estomacal, hepático e intestinal) é recomendada na forma de chá, preparado adicionando-se água fervente em 1 xícara (chá) contendo 1 colher (chá) de suas inflorescências picadas, na dose de 1 xícara (chá) em jejum e outra 1/2 hora antes das principais refeições. Em uso externo contra reumatismo, nevralgias, cólicas (intestinais e renais), mestruações dolorosas, dores articulares e musculares, é recomendada na forma de cataplasma e de banho de imersão, preparados com 5 colheres (sopa) da planta inteira picada em 1 litro de água em fervura.
Fonte: Lorenzi, Harri. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas. 2. ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2008. p. 109.

Marcella-do-campo | 2018-2024
proposição artística que disponibiliza a erva marcela-do-campo para uso comunitário. Servida como chá, cataplasma, esculturas-travesseiros, entre outros.
Nesta obra, estabeleço uma conexão com a espécie nativa conhecida como marcela-do-campo, uma planta medicinal comum no Brasil em terrenos baldios, beiras de estrada, assim como em topos de montanhas e trilhas. Usada como remédio caseiro suas propriedades incluem ação anti-séptica, anti-inflamatória, calmante, digestiva e expectorante. A obra Marcella-do-campo, acrescenta mais um “L para coincidir com meu próprio nome, convida o público a interagir diretamente com a obra através do chá, bolo, cataplasma, esculturas-travesseiros, entre outros, criando uma conexão sensorial e íntima tanto com a planta, quanto comigo. Além disso, a obra estabelece uma relação simbólica entre Marcel Duchamp (Marcelo do Campo) o meu nome Marcella e o da planta Marcela-do-campo. Homenageando assim o artista e seu ready-made em um autorretrato botânico.